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Reabilitação da Ponte Hercílio Luz chega na fase final 

Texto e infográfico por Larissa Cabral
Ilustrações: Paulo Crocomo

Símbolo catarinense e marca turística e cultural de Florianópolis, com cinco toneladas de aço que se equilibram há 84 anos, a ponte Hercílio Luz está fechada desde 1982. A reabilitação do maior vão pênsil do país e patrimônio histórico nacional começou em fevereiro de 2006 e o prazo para conclusão da obra é 13 de maio de 2012, quando poderá ser novamente integrada ao sistema viário da Capital. No site da ONG FloripAmanhã, Romualdo França, presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), afirma que, desde 2006, a obra nunca parou. "Ela passou por uma fase de estudos, dada a complexidade da restauração, e agora entra em sua fase mais importante e delicada".

Uma equipe de 20 homens começou, dia 18 de junho, a desembarcar e montar a principal balsa para a última etapa de restauração, que será iniciada em julho. Quatro caminhões trouxeram de São Paulo as quatro chapas de aço, de quase 45 toneladas cada uma, que formarão o equipamento flutuante de 32 metros de comprimento. A montagem deve durar 20 dias e ocorrerá nas proximidades da Passarela Nego Quirido, de onde a balsa será jogada ao mar.

A embarcação servirá de apoio para os trabalhos de instalação de uma sustentação provisória na ponte. Essa operação, a mais cara do processo, é necessária para o reforço das torres principais do vão, trabalho que deverá se estender até o final do ano. Os responsáveis pela restauração, contudo, ainda não sabem se a Hercílio Luz será transitável para carros, pedestres, ciclistas, trens ou metrô. A proposta mais avançada é o metrô de superfície. Em novembro de 2009, a Secretaria de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis lançou o edital de licitação para escolher uma empresa para fazer o projeto, que inclui a realização de um estudo de viabilidade do metrô.

A licitação foi finalizada em abril, só que a segunda colocada recorreu ao Tribunal de Justiça e agora o processo está parado. Em paralelo, um estudo desenvolvido pelo departamento de Urbanismo e Arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) defende que o metrô não é adequado à ponte. Até agora, a restauração segue sem a definição do pavimento. A decisão deve ser tomada ainda este ano. "O prazo de conclusão desta segunda etapa é de 12 a 15 meses e após a reabilitação, a ponte deverá estar novamente integrada ao sistema viário da Capital, respondendo por parte do trânsito de travessia entre a Ilha e o Continente, inclusive apta a receber um metrô de superfície, que interligaria o continente até o campus da UFSC, na Trindade, e está em fase de projetos", explica Romualdo França, no site da Associação dos Jornais de Interior do Interior de Santa Catarina (Adjori).

Veja aqui o especial sobre a ponte do Deinfra.


Cronograma, gastos e dificuldades

A reabilitação da ponte foi contratada pelo Deinfra. A etapa final abrange o reforço das bases das torres principais, dos blocos de ancoragem, das fundações das torres e viadutos, troca das barras de olhais, recuperação da passarela de pedestres e da pista de rolamento. O custo desta fase final está estimado em R$ 154,8 milhões. Toda a restauração do vão centralvai custar R$ 169 milhões e o prazo para que tudo fique pronto é 13 de maio de 2012, dia em que o monumento completa 86 anos de existência. 

Qualquer interferência na estrutura da ponte tem que ser planejada detalhadamente, a ponto de todas as manhãs um topógrafo medir a temperatura da estrutura e dimensionar como ela se movimenta, de acordo com o calor ou o frio. Os dados juntam-se a análises sobre o fundo do mar, sobre o esquema de suspensão da ponte e cálculos dos pontos exatos, entre os 840 metros de extensão da Hercílio Luz, que podem ser mexidos sem que ela desabe.

O sistema de escoramento foi idealizado por Khaled Mahmud, um consultor internacional de pontes pênseis. A “ponte da ponte” foi adotada como solução, após se constatar que as rótulas nas base das torres principais estam trincadas. A transferência de carga da ponte seria feita por cima, como previsto na ordem de serviço assinada em dezembro de 2008, mas desta maneira não há como trocar as rótulas, porque poderia derrubar o cartão-postal catarinense.

Quanto custa a restauração?

Viadutos de acesso (Ilha e Continente): R$ 24 milhões

Vão central: R$ 169 milhões

Supervisão das obras, realizado pelo consórcio Prosul/Concremat: R$ 14,9 milhões

Total: R$ 207,9 milhões

O que foi gasto de 2006 até 2010?

R$ 56 milhões: inclui os R$ 24 milhões de restauração dos viadutos de acesso (concluído), R$ 6,4 milhões do consórcio supervisor da obra e R$ 25,6 milhões referente ao vão central da ponte.

O que está previsto para 2010?

No orçamento 2010 está previsto R$ 58, 5 milhões de recursos do governo do Estado, e mais R$ 2 milhões vindos do Fundo Social, dinheiro captado com empresas por meio de incentivo fiscal. Total de R$ 60,5 milhões. Até 30 de maio, já haviam sido gasto R$ 3,3 milhões.

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(Com informações do site da ONG FloripAmanhã)