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Rivais de longa data

Por: Angieli Maros
Ilustração: Paulo Crócomo
Infográfico: Diego Cardoso

É ano de Copa do Mundo. As rotinas mudam, as agonias aumentam, os trabalhos se acumulam, os amigos se reúnem para um churrasco em plena segunda-feira à tarde. Escolinhas de futebol surgem do nada para atender a grande demanda das crianças que decidiram em um mês o que querem ser para o resto da vida e, o mais importante, o nacionalismo floresce como nunca em cada torcedor.

Torcer pela seleção vira a grande moda – pelo menos aqui no Brasil: é camiseta verde amarela em todas os corpos e vitrines, o hino nacional tocando mais do que o comum (inclusive em celulares), unhas e caras pintadas com as cores da bandeira. Afinal, o time é o melhor, vai derrotar todos os adversários e vencer o do campeonato pela sexta vez. Essa é a certeza dos mais otimistas.

Que a Copa do Mundo gera uma enorme rivalidade dentro dos estádios é algo que ninguém pode discordar. No entanto, ela está longe de ser o principal agente dessa competitividade, que para muitos, começou bem longe dos gramados.

Alguns países que já se enfrentaram na Copa desse ano  têm uma rivalidade bem mais antiga do que o próprio campeonato, que aconteceu pela primeira vez em 1930, no Uruguai. Esse é o caso de Inglaterra x Estados Unidos, Inglaterra x Alemanha e  Brasil x  Holanda (dupla que se enfrenta hoje, às 11h ).

Veja no infográfico abaixo as diputas enfrentadas por esses países fora dos campos de futebol.


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De acordo com Waldir José Rampinelli, professor do Departamento de História da UFSC, por mais que países com uma história em comum se enfrentem, essas rivalidades históricas não são espontâneas. “Quem faz essas conjunturas, essas diferenças históricas durante os jogos é a mídia, a imprensa internacional. É ela que relembra esses assuntos, que quase nem passam pela cabeça dos jogadores. Tomando como exemplo o jogo da Alemanha e da Inglaterra, é natural que venham à tona as questões das guerras e que a mídia, por sua vez, divulgue isso”.

Rampinelli explica que não são só as rivalidades históricas que ressurgem no campeonato mundial, mas também as questões sócio-econômicas fazem parte desta disputa. “Não podemos ignorar que também existe a rivalidade entre o desenvolvido e o subdesenvolvido na Copa.  Por exemplo, para o Uruguai, vencer o Japão, que é uma das maiores economias do mundo, quer dizer que eles podem ser melhores que o Japão em alguma coisa. Isso não muda nada a situação econômica uruguaia, mas acontece”, finaliza o professor.