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Saúde paralisada na Grande Florianópolis

Por Nayara D'Alama

Cristiane de Souza tem 29 anos e há seis é técnica de enfermagem do Hospital Governador Celso Ramos. A funcionária tem uma jornada de trabalho de seis horas diárias no hospital e outras seis em uma clínica de oftalmologia para complementar a renda. O trabalho exige concentração e agilidade, há poucos funcionários e muitas pessoas para atender, e às vezes não há tempo nem para tomar um café. "Nos exigem produção, mas as condições para o trabalho são mínimas. Pela quantidade de trabalho que faço, o salário poderia ser melhor."  

A situação de Cristiane não é um caso isolado. Há uma semana a técnica de enfermagem está entre os servidores da Saúde do estado que paralisaram suas atividades e entraram em greve por aumento salarial. O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviço de Saúde Privado e Público Estadual (Sindsaúde) exige a incorporação do abono de 16,76% adquirido na greve realizada no final do ano passado ao salário dos funcionários. Este valor é referente às perdas salarias acumuladas no período de abril de 2006 a maio de 2009.

De acordo com a Lei Eleitoral, o prazo máximo para a aprovação do aumento salarial de servidores públicos é até o dia 3 de julho (próximo sábado), exatos três meses antes das eleições 2010. De acordo com a assessoria do Sindsaúde, o governo do estado está "empurrando o assunto com a barriga". Os grevistas estão desde o dia 22 de junho no hall da Assembleia Legislativa aguardando a manifestação do governador. Enquanto não obtêm resposta, um acampamento foi montado na praça Tancredo Neves e muitos dormem no local. 

Entre 40% e 50% dos servidores da Grande Florianópolis aderiram à greve, o que prejudica o atendimento à população. Segundo o Sindicato, em alguns estabelecimentos houve maior adesão, como o Hospital Governador Celso Ramos (HGCR) e o Hospital Infantil Joana de Gusmão (HI). Algumas áreas do primeiro, como os setores de neurologia e internação, estão fechados por falta de servidores, e apenas as cirurgias de emergência e algumas eletivas são realizadas. 60% dos funcionários do HI estão paralisados, onde os leitos pós-operatórios foram fechados e também foram suspensas cirgurgias eletivas e exames que exigem sedação. 

A greve foi considerada ilegal pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC), e está sujeita à multa diária de R$ 20 mil caso os funcionários não retornem às atividades. Edileuza Garcia Fortuna, presidente do Sindsaúde, diz que a greve vai continuar, já que a própria Secretaria do estado da Saúde havia informado semana passada que o atendimento hospitalar estava normal e que apenas 10% dos servidores teriam interrompido as atividades. 

Nesta terça-feira, 29, o Secretário de Estado da Saúde. Roberto Hess de Souza, anunciou em nota que a SES irá descontaros dias parados dos servidores que tenham aderido à greve.

Veja o vídeo produzido pelo Sindsaúde no 1º dia de greve:

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