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Crimes na UFSC

Por Nayara D'Alama

Ilustração: Paulo Crocomo

Infográfico: Andressa Taffarel, Fernanda Peres, Isadora Peron, Talita Garcia

O estudante Thiago Moreno teve sua mochila com documentos, laptop e cadernos furtada da sala do Centro Acadêmico de Jornalismo às 9h da manhã do dia 3 de maio. Uma semana depois, às 18h, uma bolsista do departamento de Arquitetura da UFSC foi assaltada a mão armada em um laboratório do Centro Tecnológico e teve o laptop levado. Esses casos ilustram situações que ocorrem com frequência em um ambiente supostamente tranquilo e voltado aos estudos como a Universidade. 

Dados do Departamento de Segurança Física e Patrimonial da UFSC (DESEG), revelam que em 2009 houve quatro casos de roubos a mão armada no campus, número já superado em 2010. Somente no mês de maio foram quatro ocorrências, entre elas o caso da estudante de Arquitetura.

Ano passado foram 73 casos de furtos de bolsas, carteiras e mochilas, número bastante expressivo em comparação aos anos anteriores, em que a quantidade máxima de registros era de 38 em 2006. Para Valmor Vidal, agente de segurança do setor de Investigação do DESEG, muitas vezes os furtos ocorrem por descuido dos próprios estudantes, o que poderia ser evitado. "Tem meninas que andam sozinhas à noite em áreas isoladas, como o CFM, e isso é perigoso." Na página do DESEG há informações sobre como se proteger.

De acordo com Vidal, o aumento da violência está relacionada com as festas que acontecem frequentemente na UFSC. Os encontros chegam a reunir 5.000 estudantes, e como a área do campus não é cercada, comparecem também pessoas de fora da Universidade. "Tem gente que vem nessas festas porque sabe que vai encontrar pessoas com dinheiro para roubar." Segundo o agente, dificilmente não há ocorrências de furtos e arrombamentos nos dias de festas.

Veja no infográfico abaixo dados sobre a segurança no Campus:

 

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Embora 600 câmeras de segurança estejam espalhadas pela UFSC, há apenas um funcionário para monitorá-las. O departamento de Segurança define como 'humanamente impossível' que uma pessoa faça este trabalho sozinha e reclama da qualidade de algumas imagens gravadas. "Às vezes não dá de enxergar a placa de um carro, por exemplo."

No dia em que teve sua mochila roubada, Thiago procurou o DESEG, e teve acesso às imagens gravadas pelas câmeras de segurança. Apesar de ter sido possível identificar uma mulher como a ladra, a jovem não foi encontrada. Vidal conta que alguns dias depois ao voltar para casa, viu e perseguiu a suspeita, escreveu um relatório indicando seu endereço e encaminhou para a Polícia Militar. O agente diz que é um mito que a PM não possa entrar e atuar na UFSC. "Às vezes, o pessoal de segurança solicita a ajuda deles."

Os agentes trabalham desarmados, mas querem ganhar permissão para usar pistolas elétricas. Os funcionários alegam ser uma contradição não poderem andar armados: "Como podemos nos proteger se estamos expostos à violência?" Entre as funções do DESEG estão fazer a ronda pela Universidade e abordar, prender e levar para a delegacia quem for pego infringindo a lei. Vidal também alega que o efetivo de 70 agentes de segurança não é o suficiente para a execução dos trabalhos. "Estamos há 17 anos sem concurso público, e muitos de nós só cuidam dos patrimônios ou vão se aposentar logo."

Para informações, os números do DESEG são: 3721-9555/3721-5050 (Plantão/Emergência) e 3721-5037 (Setor de Investigação).
O Departamento fica ao lado da Prefeitura Universitária, na esquina da avenida Beira Mar Norte com a entrada do Bairro Córrego Grande.