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Visitas ajudam aldeia guarani

Por Diego Vieira

Ensinar o valor da convivência com a natureza e ajudar nosustento da comunidade indígena. Este é o objetivo do projeto de visitação criado pela Aldeia Mbya Guarani do Morro dos Cavalos, próxima de Palhoça e distante 40 quilometros de Florianópolis. O programa leva os visitantes, principalmente alunos de escolas da região, para conhecer a área da aldeia e seu entorno, o modo de vida indígena e o quanto o ser humano depende da natureza. Em troca, os índios recebem doações de alimentos.
Ao chegar na aldeia, o visitante pode observar uma oca modelo, semelhante à habitação tradicional guarani, a escola indígena e a área de floresta preservada.
Modelo de habitação GuaraniOs índios estão trabalhando em uma trilha para dentro da reserva que deve ficar pronta até setembro quando pretendem demonstrar a relação de dependênciado povo indígena com a floresta e a noção de que o “homem branco” também depende do ambiente para sobreviver.

A iniciativa ajuda a manter as 13 famílias da aldeia, onde poucos falam o português fluentemente e sobrevivem com dificuldades através de programas do governo como o Bolsa Família, da venda de artesanato e de empregos na escola indígena. Para o professor de língua guarani residente na aldeia, João Batista, com o crescimento das visitações as pessoas vão conhecer a realidade de seu povo e a situação na aldeia pode melhorar.

Outro problema enfrentado pelos guaranis é a falta de um local para pescar e a pequena área de caça. A solução das visitações é uma boa saída nos períodos em que a venda de artesanato, a caça e a pesca não suprem as necessidades da população, conta Mara Vieira, diretora da Escola Indígena de Ensino Fundamental Itaty, a única não residente na aldeia a trabalhar no lugar.

Para os alunos das escolas da região o programa possibilita crescimento e conhecimento da cultura indígena. Mara acrescenta que a experiência de viver o que se aprende em sala de aula torna o conhecimento inesquecível. “Aqui o estudante pode presenciar ao vivo a função do pajé, do cacique, ver uma oca de verdade, além de notar a proximidade dos povos indígenas com a natureza”. Para ela, as visitas podem despertar nas crianças o interesse pelas causas sociais e ambientais dos índios. O programa vai resgatar história e tradições dos índios na região do Morro dos Cavalos e vai levar ao conhecimento público o esforço deles na luta pela demarcação definitiva da reserva.
 
O projeto conta com o apoio do Programa Microbacias II do governo de Santa Catarina, que visa apoiar iniciativas de desenvolvimento sócioambiental. Para agendar uma visita, o único meio de contato é o telefone da escola indígena   - (48) 3242-4426.