Latino-americanos estão insatisfeitos com a corrupçãoPor Gabrielle Estevans e Diego Souza A análise, feita pela ONG Transparência Internacional (TI), com sede na Alemanha, classifica cada país de acordo com a percepção da corrupção em práticas políticas e públicas, apoiando-se também em outras pesquisas, como as realizadas pelo Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial. O estudo realizado pela TI não tem a finalidade de indicar objetivamente o índice de corrupção de cada país, mas sim avaliar de modo subjetivo a maneira como um conjunto da população percebe essa prática. Nos extremos da classificação dos países latino-americanos estão o Chile, com 6,7 pontos (na 25ª posição, de um total de 180 países incluídos no índice), sendo considerado o menos corrupto, e a Venezuela, com 1,9 (162ª), apontado como o país com as práticas mais abusivas. Em 2008, a presidente da TI, Huguette Labelle, no comunicado da ONG, já ressaltava que a imagem negativa da Venezuela pode estar ligada às políticas do presidente Hugo Chavez, que aumentou o papel do Estado em áreas econômicas e sociais do país. “A Venezuela é um país com uma grande arrecadação, pouca transparência e pequeno espaço para a participação civil. Tais características são propícias ao crescimento de um ambiente corrupto”, afirma Labelle. Embora tenha afetado os países da América Latina de maneiras distintas, os efeitos da crise financeira e da desaceleração econômica apontaram para a importância da governabilidade tanto no setor público quanto no privado, além da necessidade de políticas que os vinculem. De acordo com o relatório da TI, as economias líderes da região, que deveriam servir de exemplo aos demais países, foram abaladas por escândalos envolvendo abusos de poder, suborno, impunidades e corrupção política. O documento também acrescenta que jornalistas da América Latina enfrentam crescentes restrições ao trabalho. Muitos países, por exemplo, aprovam legislações que silenciam a cobertura crítica, limitando a divulgação da corrupção e seus impactos. |