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200 mil praticam Umbanda na Grande Florianópolis

Por Gabriella Bridi

A Grande Florianópolis tem 200 mil seguidores da Umbanda. Segundo o pai de santo André Luís Peini, 45 anos, são 5000 terreiros, dentre esses somente 1000 são registrados nas prefeituras. Os motivos que levam à procura da religião, listados por Peini, estão problemas econômicos, de saúde, amorosos e familiares.


A Umbanda foi reconhecida há 100 anos e possui traços do africanismo, catolicismo e do kardecismo. Luís Boscatto, pai de santo do terreiro do bairro Trindade, em Florianópolis, conta que os maiores concorrentes da Umbanda são os Evangélicos, mas que há alguns anos começaram a incorporar ritos umbandísticos para atrair fiéis. “A gente recebe evangélico que vem escondido, católico que vem escondido.Eu mesmo era evangélico antes de entrar pra essa religião”, afirma Boscatto. Ele completa que recebem pessoas de todas as classes sociais, desde  empregada doméstica até juízes.

Por muitos a Umbanda é considerada apenas um ritual, mas possui todos os elementos necessários para se caracterizar uma religião, como o batismo, o casamento, funeral e sessões com rituais.
 Diferentemente da igreja católica, ela não tem isenção fiscal ou qualquer outro registro de entidade religiosa que a beneficie com financiamentos. O único registro é o CNPJ, feito nos cartórios, que  oficializa o Centro de Umbanda. São cerca de 50 filhos-de-santo por terreiro, e nas sessões de Exu, por exemplo, o número chega a 200.

Maiara Peroso Hartmann, 26 anos, arquiteta e urbanista, freqüenta o terreiro São José, na Agronômica, há três meses. Ela é católica de batismo, mas não costuma ir a missas. Convidada por um colega de trabalho, Maiara conheceu a Umbanda e ficou satisfeita. “No terreiro descobri um trabalho de caridade e de amparo emocional e espiritual muito bonito,mas nem todos são confiáveis, nem todos os seres humanos que se dizem espiritualizados utilizam seus dons para o bem. É preciso cuidar onde pisa”, finaliza.