Sex, 13 de Novembro de 2009 11:51 A escrita dos que não vêemPor Arianna Fonseca e Ana Carla Brito Quando Braille tinha 12 anos, o oficial do Exército francês Charles Barbier de la Serre visitou o instituto e apresentou um novo jeito de ler e escrever: a “escrita noturna”, também conhecida como “serre”, formada por vários pontos e traços em relevo impressos em papelão. Esse sistema era usado na comunicação em guerra, quando não se podia utilizar a luz nos esconderijos. Braille aprendeu esse método e quis simplificá-lo, gerando então o famoso código de escrita e leitura destinado aos deficientes visuais: o código braile. Com apenas 15 anos, Braille já lecionava no instituto e em 1829 publicou seu método, que só foi reconhecido postumamente. Faleceu de tuberculose, em 6 de fevereiro de 1852, aos 43 anos.
A construção de palavras obedece às mesmas regras da escrita convencional, sendo assim, difere do sistema da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), que por sua vez, consiste em uma expressão completa, com todas as especificidades de uma língua. Já o braile é uma representação escrita que pode ser utilizada para vários idiomas. “O Braille revolucionou a vida da pessoa cega. O surgimento do código é que trouxe o cego para a sociedade, porque antes o cego não era ninguém e depois do braile ele se tornou um cidadão”, diz Victorino Elima, que perdeu a visão em 2001, aos 17 anos de idade. O braile tem grande importância na vida do deficiente visual, pois é com esse sistema que ele consegue adquirir mais conhecimento. Apesar de ser pouco viável para a impressão, pois demanda três vezes mais folhas que uma impressão normal, ele faz parte da cultura do cego. É preciso treinar a leitura por meio do tato, para não depender apenas dos softwares disponíveis no mercado. São várias tecnologias apropriadas e destinadas para a inclusão do cego no mundo digital e que colaboram para sua autonomia. Além de contar com a ajuda dos softwares, o deficiente visual tem a colaboração de diversas instituições. A Associação Catarinense para Integração do Cego, ACIC, é referência nacional nessa questão de habilitar, reabilitar e profissionalizar o cego. |