Qua, 07 de Outubro de 2009 14:44 Africanos na UFSC Por: Diego Vieira Arte: Alexandre Maydana A cada início de semestre desembarcam novos estudantes africanos na UFSC. Eles são alunos beneficiados pelo PEC-G, programa do governo federal que permite aos cidadãos de países em desenvolvimento cursarem o ensino superior de forma gratuita no Brasil. A seleção dos alunos é feita pela embaixada brasileira no país do beneficiado e leva em conta o histórico escolar e o currículo do candidato. Para ter direito a vaga eles devem ter entre 18 e 25 anos, provar que possuem condições de manter-se no país sem trabalhar e ao terminar a graduação devem voltar imediatamente ao país de origem, onde, só então, o diploma de conclusão do ensino superior será entregue ao aluno. No segundo semestre de 2009 estão matriculados 64 estudantes na UFSC de origem africana. Eles não têm direito à moradia estudantil e nem ao trabalho com carteira assinada, mas podem ser beneficiados por uma bolsa estágio de R$ 364. A maioria enfrenta sérias dificuldades de manter-se devido às diferenças cambiais. Para Zulmira da Silva, responsável pelo programa PEC-G no Escritório de Relações Internacionais da UFSC a saudade de casa é uma barreira. “É muito complicado que eles consigam visitar a família, a passagem é muito cara e a condição de vida deles é muito difícil”. O dinheiro é a maior dificuldade da estudante Mirene Fernandes da Silva Sá, de 22 anos, de Guiné-Bissau, uma das beneficiadas pelo programa. Filha de um administrador e de uma farmacêutica, a aluna cursa a primeira fase de Jornalismo. A renda da família de Mirene é de cerca de 100 mil francos CFA por mês (R$ 394), enquanto ela e a irmã gastam 300 mil francos (R$ 1.182) para viver em Florianópolis. “É muito difícil para os meus pais me manterem aqui. Eles têm de usar suas economias e vender coisas”. |