Twitter   RSS   Facebook

 

SC instala Comissão Memória, Verdade e Justiça

Ação da FENAJ busca informações sobre crimes contra jornalistas durante a ditadura

Texto: Mariana Moreira ( Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. )
Fotografia: Agência Estado

Para investigar e coletar informações sobre jornalistas que sofreram com a ditadura militar no estado, será instalada, nesta quarta-feira, a Comissão Memória, Verdade e Justiça dos Jornalistas de Santa Catarina, por orientação da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ).

A iniciativa da FENAJ de criar comissões específicas para buscar informações da categoria é uma forma de contribuição à Comissão Nacional da Verdade, criada em maio deste ano para investigar violações de direitos humanos entre os anos de 1946 e 1988.

Comissões estaduais já foram instaladas nos sindicatos do Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro com o objetivo de produzir um relatório nacional sobre todos os crimes contra jornalistas durante o período da ditadura.

Até a metade do ano que vem, de acordo com estimativa de Sergio Murilo de Andrade, coordenador executivo da Comissão Nacional Memória, Verdade e Justiça dos Jornalistas , as informações coletadas em cada estado deverão ser repassadas à Comissão Nacional da Verdade para que sejam incluídas no relatório nacional.

Farão parte da comissão de Santa Catarina os jornalistas Celso Martins, Elaine Borge, Leonel Camasão, Paulo Lehmkuhl Vieira, e o professor e advogado Prudente Mello, assessor jurídico do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC). 

A escolha dos integrantes não tem critério definido, mas foram selecionados, para a Comissão Nacional, como explica o coordenador Sério Murillo, jornalistas que tiveram envolvimento com essa luta nos anos 70 e anos 80 e com bastante experiência ou profissionais que de alguma forma têm relação com o período. 

As comissões estaduais vão precisar de todo o apoio possível, de jornalistas e colaboradores. Por isso, é importante a ajuda dos estudantes. “Evidentemente que havendo disposição, com certeza vai ter todo o interesse dos integrantes da Comissão local”, explica o coordenador Sérgio Murilo, que enfatiza a presença fundamental de grupos estudantes para, por exemplo, fazer levantamento da bibliografia desse período histórico e relacionar com atividade profissional dos jornalistas.

A audiência de lançamento da Comissão será a partir das 19h no Plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC) e terá como participantes Gilney Viana, coordenador do projeto Direito à Memória e à Verdade da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Prudente Mello, advogado membro da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, e o jornalista Paulo Markun.