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Dia Mundial da luta contra a AIDS é lembrado no sábado

Campanha do Ministério da Saúde quer estimular o diagnóstico precoce do vírus HIV

Texto: Gabriele Duarte ( Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ) e Rafaela Blacutt ( Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
Fotos: Rafaela Blacutt ( Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

 

“Não fique na dúvida, fique sabendo”. Com esse slogan, é lembrado neste sábado, 1º de dezembro, o Dia Mundial da Luta contra a AIDS. A data é um incentivo ao diagnóstico precoce do vírus HIV, a confidenciabilidade do teste e a prevenção. O Ministério da Saúde, em parceria com estados, municípios e sociedade civil, realiza uma mobilização nacional para testagem de HIV, sífilis e hepatites virais (B e C).

Segundo dados do Ministério da Saúde divulgados neste mês, entre 490 mil e 530 mil pessoas vivem com HIV no Brasil. Dessas, 135 mil não sabem que têm o vírus. Só em Santa Catarina são 27 mil casos registrados em seis das 15 cidades com maior incidência no Brasil estão no estado: Balneário Camboriú, Criciúma, Biguaçu, Florianópolis, São José e Itajaí. Na capital, a faixa etária com maior incidência é de 40 a 49 anos. 

A professora do Departamento de Patologia da UFSC, Liliane Grando, explica que esse quadro é caracterizado por descaso das pessoas. “Mesmo com a evolução que tivemos nesse últimos 25 anos, que agora já temos exames 100% confiáveis, diagnósticos rápidos e tratamentos avançados, as pessoas ainda continuam não dando bola”, observa.

Nesse aspecto, Liliane salienta a importância da prevenção. “Eu ainda vejo muito paciente morrer por conta do HIV. As pessoas precisam entender que é extremamente importante que elas usem preservativo. E outra, se descuidou? Aconteceu? Vá procurar um médico para fazer os exames, diagnóstico precoce é a chave para a medicina”.

Em 2010 ocorreram 558 óbitos por AIDS, 80 a menos em relação ao ano anterior. A estimativa do governo brasileiro é de que 30% dos infectados cheguem ao serviço de saúde tardiamente. 

Desde 1996, o Brasil fornece gratuitamente o coquetel de medicamentos para os portadores de HIV. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais 200 mil pessoas recebem regularmente os remédios para tratar a doença. A professora Liliane destaca a importância de não interromper o tratamento da AIDS. “Isso vai ser para o resto da vida. O que acontece é que com o passar dos anos, a pessoa acaba não apresentando mais nenhum sintoma da doença, mas o remédio continua tendo efeito colateral como náusea. Então o doente para de tomar os comprimidos. Isso é baixa adesão ao tratamento. Não pode. Não adianta de nada os anos que ele tomou, se ele decidir parar sem orientação médica”, explica.

 

Lar Recanto do Carinho acolhe crianças com HIV
A taxa de incidência de AIDS em Florianópolis está reduzindo: em 2009 o número era de 51,45 casos a cada 100 mil habitantes, em 2011 esse índice caiu para 48,43. A incidência do vírus em crianças menores de cinco anos chegou as números extremamente baixos. Em 1996 foram registrados 25 casos, em 2008, dois e até novembro de 2011 nenhum novo caso foi notificado. Para dar apoio a esses jovens, a cidade conta com o Lar Recanto do Carinho que desde 1992 atende crianças soropositivas de zero a 18 anos. 

Atualmente o Lar atende 42 crianças. Doze foram acolhidas pela casa após serem encaminhadas através do Órgão de Proteção à Criança e do Conselho Tutelar por motivos diversos como abandono, violência ou negligência dos pais ou responsáveis. Nesse caso, a criança sai de casa e passa a viver no Lar Recanto do Carinho. Este tipo de acolhimento só acontece com crianças de até seis anos, mas elas podem permanecer no Lar até completarem 18, quando são encaminhadas ao Programa Jovem Aprendiz. As outras 20 crianças somente passam o dia na casa. 

Semanalmente, alunos e professores do curso de Odontologia da UFSC visitam o Lar para escovação dentária, fio dental, e aplicação de flúor nas crianças de zero a seis anos que vivem no local. A oferta do tratamento odontológico é feita por alunos da terceira fase, sob supervisão da professora Sônia Fabro. A iniciativa surgiu em 1996, quando estudantes pesquisavam as condições dentárias e alterações estomatológicas das crianças do Lar. A necessidade do programa de higiene bucal foi constatada depois da percepção do alto nível de cárie nas crianças.

O Lar Recanto do Carinho foi criado pelo GAPA - Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS e tem como missão promover a qualidade de vida das crianças e adolescente atendidos, proporcionando uma vida estável e garantindo seus direitos à cidadania.   

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