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HU participa do Dia Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele

Cerca de 400 pacientes de risco poderão fazer o exame gratuitamente neste sábado

Texto: Gabriele Duarte da Silva ( Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. )
Arte: Mariana Moreira ( Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.
 
A estudante de Letras da UFSC, Joyce Luana Godoy, descobriu que tinha câncer de pele aos 16 anos. Como o melanoma foi percebido bem no início, Joyce só precisou fazer uma cirurgia simples para retirá-lo e logo ficou bem. Para incentivar o diagnóstico precoce, acontece neste sábado, 24, o Dia Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele.
 
Esse tipo de câncer é o mais comum no Brasil, atingindo 13,99% dos homens e 8,99% das mulheres brasileiras, conforme dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “São números bem significativos que só reforçam a necessidade de darmos ainda mais atenção à prevenção”, destaca a coordenadora da campanha, Dra. Selma Cernea. 
 
No décimo quarto ano em que a data é lembrada, sempre no último sábado de novembro, Florianópolis vai participar da campanha oferecendo, gratuitamente, exames para o diagnóstico da doença no Hospital Universitário (HU) da UFSC. Das 9h às 15h, na área A do hospital, cerca de 20 profissionais distribuirão 400 senhas para pacientes de risco - aqueles de pele clara, ou que já tenham tido casos da doença na família - serem examinados por meio da dermatoscopia. Os pacientes que apresentarem alguma suspeita  serão encaminhados para tratamento ou remoção da lesão.
 
Além da capital, ainda participam do dia de prevenção as seguintes cidades catarinenses: Joinville, Blumenau, Criciúma, Brusque, Joaçaba, Chapecó, Itajaí e Jaraguá do Sul. Ao longo de todas as edições, cerca de 420 mil pessoas já foram atendidas. Neste ano, a SBD disponibilizará em todo o país 1500 profissionais para auxiliar a população. 
 
De acordo com o médico dermatologista do HU e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Daniel Nunes, a campanha é feita, principalmente, para promover o debate e a conscientização acerca desse tipo de câncer. “Santa Catarina é o país com maior incidência de câncer de pele, por isso a importância de alertar a população local. A ideia é estimular, principalmente a criança, a usar protetor solar desde cedo, porque a chance de adquirir o câncer aumenta quanto maior for a exposição ao sol”, orienta.a

Prevenção - Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol. Os grupos de maior risco são os do fotótipo I e II, ou seja: pele clara, sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além desses, os que possuem antecedentes familiares com histórico da doença, queimaduras solares, incapacidade para bronzear e pintas. 
 
A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda que todas as medidas de proteção sejam adotadas na ocasião da exposição ao sol: uso de chapéus, camisetas e protetores solares. Também deve ser evitada a exposição entre 10 e 16h (horário de verão). É importante ressaltar que as sombrinhas de praia ( ou barracas )  devem ser feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As feitas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material. 
 
Para o uso de filtros solares, é sugerida a reaplicação a cada duas horas. O ideal é que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja de, no mínimo, 30. O número do FPS aumenta quanto mais clara for a pele da pessoa. O dermatologista Daniel Nunes ainda lembra que não se deve economizar na hora de passar o protetor. “Um dos maiores problemas é que as pessoas passam pouco protetor. O ideal seria é, a cada ida à praia, usar pelo menos metade do pote de protetor”, aconselha. 

Sobre o câncer de pele - Câncer da pele é o crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Estas células se dispõem formando camadas e, de acordo com a área afetada, define-se os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares; o mais perigoso é o melanoma. 
 
A radiação ultravioleta - presente nos raios solares e nas cabines de bronzeamento artificial - é a principal responsável pelo desenvolvimento do câncer e o envelhecimento da pele. 
 
O carcinoma basocelular é o tipo mais freqüente, representando 70% dos casos. É mais comum após os 40 anos, em pessoas de pele clara. Seu surgimento está diretamente ligado à exposição solar acumulada durante a vida. Apesar de não causar metástase - formação de uma nova lesão tumoral, a partir de outra preexistente -, pode destruir os tecidos à sua volta, atingindo até cartilagens e ossos. 
 
Já o carcinoma espinocelular é segundo tipo mais comum de câncer da pele e pode se disseminar por meio de gânglios e provocar metástase. Entre suas causas, estão a exposição prolongada ao sol, principalmente sem a proteção adequada, tabagismo, exposição a substâncias químicas com arsênio e alcatrão e alterações na imunidade. 
O melanoma é o tipo mais perigoso, com alto potencial de produzir metástase. Pode levar à morte se não houver diagnóstico e tratamento precoce. É mais frequente em pessoas de pele clara e sensível. Normalmente, inicia-se com uma pinta escura.
 
 
Como identificar - De acordo com a SBD, além da proteção solar, é importante fazer uma avaliação clínica da pele para prevenir o desenvolvimento da doença. É preciso estar atento a alguns sinais:
  • Um crescimento na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida;
  • Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, tornando-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
  • Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.