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Seg, 12 de Novembro de 2012 15:39

"Ocupação Contestado"- Quando morar é um privilégio 

Grupo tem apoio do MST, das Brigadas Populares e de estudantes da UFSC 

 
Texto e foto: Pâmela Carbonari ( Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. )
Áudio: Daniel Giovanaz ( Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. )
 
Após serem despejadas de suas casas no início do mês passado, 150 famílias estão ocupando, desde quarta-feira (dia 7), um terreno na Rua Eduardo Manoel da Rosa, próximo ao Ginásio Municipal do Jardim Zanelatto, em São José. Desde a madrugada de quarta-feira, elas trabalham juntamente com voluntários da UFSC, do MST e da organização Brigadas Populares na construção de barracos com lona e madeira. 

 Ouça a entrevista com o Jonathan Jaumont, membro das Brigadas Populares.

No dia 3 de outubro, o atual prefeito e na época candidato à reeleição, Djalma Berger, incentivou o grupo a ocupar um terreno pertencente à Imobiliária Suvec Ltda. na Avenida das Torres, também em São José. Em seu discurso, Djalma Berger afirmou que a desapropriação daquele espaço dependia do comprometimento das famílias com a sua candidatura e a dos vereadores da sua coligação. Confira o documentário “A casa que o prefeito deu pra nós” em que o prefeito sustenta o compromisso com a assinatura simbólica do Decreto 37.180/2012 de 21 de setembro de 2012. 
 
No dia seguinte, as famílias construíram barracos no local e houve um comício em que o prefeito de Florianópolis, Dário Berger, esteve presente e reforçou a promessa de seu irmão Djalma. No dia 5 de outubro, uma ordem judicial determinou que os assentados deixassem o local em uma hora. A ação de derrubada dos barracos foi acompanhada por policiais do Batalhão de Choque e da Cavalaria. Após a desocupação do local, as famílias ficaram acampadas até a noite do dia 6 de novembro no Ginásio Municipal da cidade. 

Representantes das famílias pedem melhores condições de vida, de moradia e que seja destinado um terreno para o assentamento. Desde que foram despejadas, essas famílias sofrem com a falta de atendimento médico por não terem endereços fixos, com ameaças do conselho tutelar de recolher seus filhos e com a falta de mantimentos. 
 
 
 
O nome do assentamento “Ocupação Contestado” é uma referência aos cem anos da Guerra do Contestado, que foi um movimento de insatisfação popular diante da distribuição de terras e dos problemas sociais em Santa Catarina, no início do século XX.
 
 
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