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Um desastre anunciado

Por Diego Vieira

A passagem de um tufão em setembro no município de Guaraciaba deixou 4 mortos, 170 famílias desabrigadas e 89 feridos.  Em 2008, o estrago foi maior. As chuvas que atingiram o Vale do Itajaí deixaram 117 mortos, 269 desabrigados e 32 desaparecidos, além de prejuízos financeiros e ambientais incalculáveis. Porém esse tipo de ocorrência não é novidade. Santa Catarina enfrentou, entre 1970 e 2007, 1930 inundações, 730 de estiagens além de tufões, chuvas de granizos, vendavais e do primeiro caso de um furacão no hemisfério sul.

Em função desse histórico são necessárias políticas públicas para atenuar os impactos ambientais, além de diminuir os prejuízos econômicos. Ações como dragar os rios, aprofundar os canais, retirar as pessoas das margens, construir muros, limpar os bueiros, e coibir a ocupações clandestinas são defendidas pela professora Maria Lucia Hermman, coordenadora do Grupo de Estudos de Desastres Naturais (GEDN). O grupo trabalha no levantamento dos dados de fenômenos climáticos para traçar estratégias em parceria com a Defesa Civil.  Com sede na UFSC, o grupo produz anualmente o Atlas de Desastres Naturais de Santa Catarina.

Para Hermann, as fatalidades ambientais são cíclicas e os danos variam de região para região conforme a infraestrutura de cada uma. Assim, com obras de contenção e prevenção nas áreas afetadas, os estragos seriam bem menores.

Outra questão levantada pela professora é a ocupação de áreas de risco pela população. “A questão é a sociedade aprender a conviver com o meio-ambiente. Não podemos repetir os erros já cometidos nas antigas ocupações”. Para evitar que essas áreas sejam ocupadas depois de uma catástrofe, a Defesa Civil de Santa Catarina, ao enfrentar uma ocorrência, faz um relatório repassando as obras necessárias e quais famílias devem ser removidas. Segundo o órgão estadual, os documentos mandados ao governo já incluem obras de prevenção e o número de famílias que devem ser realocadas. No entanto, o governo nem sempre cumpre as orientações contidas nesses relatórios.

Saiba das orientações da Defesa Civil de como agir em catastrofes ambientais