Sex, 18 de Setembro de 2009 16:56 |
Santa Catarina debate lei antifumoPor: Rosielle Machado Infográfico: Alexandre Maydana
Adriana da Cunha tem 23 anos, não fuma e idealiza o dia em que voltará de uma festa sem cheiro de cigarro nas roupas e cabelos. Ela faz parte dos 81% de brasileiros que se dizem favoráveis a uma legislação antifumo como a adotada recentemente em São Paulo e Rio de Janeiro. Santa Catarina pode ser o próximo estado a aprovar uma lei parecida, porém menos rígida, restringindo o fumo às áreas reservadas a fumantes. A proposta, que pouco muda em relação à legislação que já existe hoje no país, recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça e deve ser avaliada pela Comissão de Saúde na próxima semana. Um dos argumentos contrários à proibição dos fumódromos em Santa Catarina é o impacto que uma lei rígida traria a bares, casas noturnas, restaurantes e ao turismo catarinense em geral. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Santa Catarina (Abrasel-SC) é contra a proibição total do cigarro e defende o direito de o mercado se auto-regular. "É direito do dono do estabelecimento decidir se permite ou não o tabagismo em seu bar ou restaurante, enquanto existir um público de fumantes para ser atendido”, afirma o presidente do conselho administrativo da associação, Ézio Librizzi. Outro argumento contra a lei antifumo é a importância econômica da fumicultura, responsável pela principal fonte de renda de 24% dos produtores rurais do estado e que faz de Santa Catarina o segundo produtor nacional, com mais de 30% da produção brasileira. Os dados da Epagri, porém, mostram que a proibição do cigarro em ambientes coletivos não prejudicaria diretamente os fumicultores, já que pelo menos 71% da produção catarinense de fumo é exportada. No Paraná, onde a proibição aos fumódromos deve entrar em vigor em novembro, o Instituto Paranaense de Assitência Técnica e Extensão Rural (Emater) realiza há cerca de um ano um projeto para incentivar a diversificação da produção agrícola e a diminuição da dependência em relação à produção de fumo do estado, que é hoje a terceira maior do país.
Riscos do fumo passivo “Todo dia, o cigarro mata pelo menos sete não fumantes no Brasil. Quem não fuma não é obrigado a fumar”. Foi esse o slogan escolhido pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) para o Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto. A campanha busca conscientizar a população sobre os riscos do fumo passivo, problema que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), atinge um terço da população mundial e é a terceira causa de morte evitável no mundo, só perdendo para o fumo ativo e o consumo excessivo de álcool. O Inca também divulgou que o ar poluído de um ambiente fechado com fumantes contém três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono, e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que entra pela boca do fumante depois de passar pelo filtro do cigarro.
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