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Seg, 04 de Julho de 2011 13:56

Efeito colateral 

Texto: Rafaella Coury
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A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), através da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), está pagando almoço para 1200 alunos que têm isenção de cobrança no Restaurante Universitário (RU). Com a greve dos servidores técnico-administrativos, que começou dia 6 de junho, o RU está fechado e não serve mais refeições, deixando alunos e servidores sem muitas opções.

Para os isentos o problema é ainda maior, pois integram o grupo dos  alunos cadastrados como carentes e com isso tinham o direito de almoçar e jantar no RU, todos os dias da semana, sem pagar nada. Com a paralisação do Restaurante, a alternativa encontrada pela PRAE foi um contrato com o restaurante dos Servidores, que fica ao lado do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ). O  contrato foi feito com base na Lei Federal nº 8666/93, que autoriza dispensa de licitação, desde que seja um caso de emergência. “Quando a greve começou, procuramos restaurantes na região da UFSC que pudessem suprir a falta do RU para os alunos isentos. O único que pode abrigar um grande número de pessoas é o dos Servidores”, explica Dalton Barreto, diretor do Departamento de Assuntos Estudantis da UFSC.

Pelo contrato, o aluno pode gastar até R$ 7,50 por refeição,  o que equivale a aproximadamente 470 gramas de comida. Para utilizar o benefício, o aluno precisa retirar um vale-refeição na Secretaria do RU, de segunda a sexta, das 9h30 às 13h30.

Um dos problemas enfrentados tanto por alunos como pela PRAE é a divulgação do benefício. Um cartaz está afixado na entrada do RU, mas o que tem funcionado é a informação boca-a-boca. A estudante de Jornalismo Camila Hammes, soube do seu direito por uma amiga, duas semanas depois do início da greve. “Não fui avisada por e-mail nem nada. Foi mais pelo que ouvi mesmo. Sempre tem muita gente lá no RU quando eu vou pegar os vales”. 

O contrato com o  Restaurante dos Servidores ajuda, mas não completamenta. “O restaurante não tem capacidade para os 1200 alunos isentos. De todos que têm o direito, mais ou menos 600 estão almoçando lá. Se todos fossem em um mesmo dia, o restaurante não teria como atendê-los”, lamenta Barreto. Além disso, o restaurante não funciona à noite nem nos fins de semana, e não há restaurante próximo à UFSC que possa fazer esse atendimento para 1200 pessoas.

A verba destinada para o pagamento do contrato vem do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), que apoia a permanência de estudantes de baixa renda matriculados em cursos de graduação presencial das instituições federais de ensino superior (Ifes). O PNAES oferece assistência à moradia estudantil, alimentação, transporte, saúde, entre outras coisas. Para Barreto, o maior interesse agora é não deixar os alunos isentos passando por necessidades.

Clique aqui para ver as fotos do movimento no restaurante dos Servidores e na praça de alimentação do Shopping da Trindade, que aumentou com a paralisação do RU.